Gastei uma hora pensando um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira
.
Carlos Drummond de Andrade

O diaD virou semana D

Olá! Eu queria dividir umas novidades e considerações com vocês. Quando fiz este blog meu objetivo era me encorajar a digitar as várias folhas com poemas meus,  já amareladas pelo tempo,  que estão nas minhas pastas de cartolina com o Piu-piu. É um sonho antigo encaderná-los bem bonitinho. E também porque queria me dar a conhecer, me fazer entender.
Então me limitei muito; me impus uma regra de só postar na página principal poemas e textos em prosa feitos por mim. Tive vontade muitas vezes de dividir textos que gostei,  receitas que testei (e são muitos os pedidos),  produtos que usei, filmes que vi, unhas que pintei... 
Mas tinha medo, muito medo de descaracterizar o blog e me afastar do objetivo principal. Só que já me afastei! Eu me impus metas diárias que não tive como cumprir, me cobrei, desanimei... E eu tinha uma visão equivocada de blog. Eu pensava que seriam os amigos e familiares que visitariam Sempre. Não esperava receber visitas de pessoas que não conhecia e depois passar a conhecê-las. Não esperava ganhar AMIGOS nesse mundo da blogosfera. E aliás, quem me acompanha nas redes sociais sabe que andei me decepcionando absurdamente com alguns (ex) amigos de pertinho.
Aí resolvi pensar de outra forma. Quer saber?

Há muita poesia nos filmes, histórias, novelas...
Há poesia em se cuidar e se sentir mais bonita.
Há poesia numa nova amiga e
Em brincar de ser criança

Há poesia numa viagem, em lugares bonitos, na paisagem...
Há poesia em apreciar uma música
Ou ler na rede da varanda,
No meu jardim e nos meus gatos.
Linus e Shakira no meu niver, falta Biel
Há poesia em ir à praia.
Há poesia no meu casamento e na minha cozinha,
No jeito que eu ponho a mesa do café ou faço um docinho.
Estes torrões aprendi no blog Saboreando a vida, passa lá

Porque poético é o meu jeito de olhar a vida!

Hoje eu não vim com a prometida CARTA do post anterior, mas com esta explicação. Pretendo postar às segundas, quartas e sextas; pode ser um filme, uma paisagem, uma comidinha, uma blogagem coletiva de unhas... 
Qualquer coisa que faça com que “a poesia do momento inunde” todo meu ser.
 Estou planejando novidades. ;)

      Prometo que segunda, até 23:59h, chego com fotos de Portugal e trecho DA CARTA.


               Beijos
                   Ótimo final de semana a todos! 
Então eu resolvi lembrar um pouco de mim mesma, de quem eu era e sou, da minha história, de bons momentos. Resgatar lembranças boas ajuda muito na automotivação né? Então desculpem o show de exibicionismo que ocorrerá a partir de agora, tá? Eu estou precisando dele... rs
      E já há algum tempo eu prometo a muitas pessoas que vou “escanear” o jornal e mostrar esta famosa “carta”.  Mas preciso explicar do que estou falando né? Lá vem historinha...
      Eu fiz 2º grau (Ensino Médio) no Colégio Técnico da Universidade Federal Rural do RJ (CTUR). Lá tive professores maravilhosos, que trago no coração até hoje. Dentre eles, a Glória Vianna, de Literatura. Show de mulher, de professora, de pessoa, esplêndida, incrível e muitos adjetivos que não cabem aqui (Glória, se um dia vc passar aqui: EU TE AMO!!!!). Aí o CTUR recebeu um convite do CEFET de Pernambuco para um concurso pelos 500 anos do Brasil, em 99. Glória ficou toda feliz, lamentando que teria de escolher apenas 5 participantes para enviar p/ CEFET, que isso era uma pena, de tantos alunos ótimos (ela sempre exaltava e estimulava muito os alunos). Aí foi chegando o final do concurso, só duas alunas (uma minha queridíssima Érica, já falarei dela) diziam que iam participar e nada ainda. Ah! Tive dó... A Glória estava tão confiante na participação dos alunos... Tive de me inscrever pra garantir ao menos uma participação! Fiz assim mesmo, sem nenhuma pretensão além de consolar minha professora querida, até porque sempre achei que esses concursos eram de cartas marcadas.


      Aí, em 15 de junho de 2000, quando eu já nem lembrava de nada disso, pensando só no vestibular, no meio de uma atividade da Semana Cultural no auditório, entram o vice-diretor (Coutinho, prof querido e amado!!), uma das coordenadoras (Tite, te adoro!) e outros professores, com caras super sérias. “Pronto, vamos entrar em greve, q droga”, pensei. E aí o Coutinho disse que recebeu um fax do CEFET/PE com a seguinte informação:


      É isso mesmo que vocês estão vendo!! Olha meu nomezinho ali no nº 1!!!! Dá pra acreditar??? E vocês viram o nº8? Minha QUERIDA amiga Érica, que já escrevia peças de teatro nesta época, que é super artística e me chamava de irmã!! Eu fiquei tão feliz por ela que depois, quando anunciaram meu nome também, nem acreditei!
Eu achei que estivesse sonhando!!! Não dá pra descrever a emoção que senti neste dia... O auditório todo gritando, minha turma num abração coletivo, me envolvendo. Eu perdi alguns segundos da memória desse momento, não sei o que passou na minha cabeça. Era sensação de estar sonhando mesmo. Era dia do niver do meu namorado, hoje marido. À noite, eu não sabia se me arrumava ou se sentava na cama, me olhava no espelho e pensava “é sonho?” “Mas se fosse sonho eu já teria acordado.” “Mas será que é possível isso mesmo?” “Mas como assim?” “Pode isso?” “Mas então eu ganhei, caraca, eu ganhei né” “Ih, eu vou até viajar” “Caraca, aí, eu já to viajando”... Eu até me tocava e tocava no espelho pra ter certeza de que estava acordada! Haha
No dia seguinte, sexta, era encerramento da Semana Cultural e o Coutinho pediu que eu convidasse minha família (avó e mãe, que se despencou de Copacabana, pra Seropédica, com dente sangrando, sem entender o que estava acontecendo). O colégio nos parabenizou solenemente (a menina que ficou em 41º nem foi lá na “cerimônia”. Eu teria ficado feliz com qualquer premiação, já que não esperava nenhuma, mas cada um com o seu cada qual né), nos deu flores, muito carinho e tal e a festa rolando, com forró e tudo. Foi muito divertido e inesquecível”
      Ah! A viagem, né? Então, era o prêmio, gente!!! Viajei com minha amada professora pra Portugal, vocês acreditam??? 6 dias c/ a Glória só pra mim, na Europa, vendo nos museus tudo o que ela e o Fred (prof de História q AMO demais) ensinavam na aula! Olhos brilhando, sensação de sonho, autoconfiança resgatada e ampliada mil vezes (nesta época, eu sofria de uma grave depressão; quando voltei da viagem, até matemática ficou fáil, só porque eu estava acreditando mais em mim), felicidade pura!! Eu não sabia o que era melhor, ganhar, viajar ou curtir este momento com ela! Haha Mas acho que não teria passado no vestibular se não tivesse adquirido a serenidade que este concurso me deu. Eu lembro da Raíza me dizendo: “Dani, se depois disso você abrir a boca pra falar que é ruim em alguma coisa, eu vou dar na sua cara, porque vou tomar como ofensa, olha só o que você já conquistou, presta atenção, hein, cara?!?!” (sentiram a delicadeza desta carinhosa amiga né? Adoro essas pessoas sutis rs rs)
      A Glória não interferiu no texto, mas me deu dados dos autores que eu ainda não tinha estudado e não mudou o texto original, exceto adequando 3 ou 4 palavrinhas (foi ela, coitadinha, que ficou digitando tudo, no último dia de inscrição, porque o arquivo não queria mais abrir, mas, felizmente, eu tinha uma cópia impressa do computador das coordenadoras fofas), super me respeitou e apoiou. Mas CLARO QUE ELE NÃO EXISTIRIA SEM ELA, PORQUE TUDO QUE ESTÁ ALI, OS CONCEITOS DE LEITURA ETC., O MODELO DE VIAGEM NO TEMPO, EU APRENDI NOS SHOWS DE AULA DELA! [chamávamos a aula dela de Show da Glória]
      Vou escanear fotos da viagem e digitar a imensa carta, pra pôr um pedacinho por vez.
      Aproveito pra dizer que muito e muito e muito do que sou devo aos meus professores, dos quais tenho muitas saudades e pelos quais guardo imenso carinho e admiração. Desde a tia Fátima do Jardim, que me chamava de filhota, ao Leonardo Greco da faculdade, incluindo minhas professoras de dança e maquiagem. Sempre tive este apego imenso e desmedido pelos meus professores, esta admiração, carinho, amor! Eu lembro os nomes de todos, só não sei se caberia aqui (rs), mas cito: Tia Cristiane, Tias Rosane e Patrícia, Valdete, Maria Alice, Angélica, Ernani, Zenilda, Antenor, Isabel, Célia, Eliane (todos do CAP), Rosana, Zair, Maurinho, Pamplona (CTUR)... Agradeço demais a todos eles. Coutinho e Tite me emprestaram até livros! E acho que a próxima vez que eu encontrar o Fred ou a Glória até choro, é saudade demais apertando meu peito...
      Bem, eu volto com fotos e A CARTA!
      Beijos e MUITO OBRIGADA por todo carinho e incentivo que tenho recebido!! Vocês muito me alegram!!
Oi gente!!!! Ai, eu sumi... Eu tive uma crise de desânimo com blogagem e passei por um terrível bloqueio, nem abrir meu blog ou os preferidos estava conseguindo. Difícil entender ou explicar, falo disso depois (ou não rs). O que importa é que recebi uma grande força de Amandinha, Carol Rivieri (do Bipolaridade Feminina), Josi Leite, Iara poesia... Aí, após ver um convite ontem da Fernanda Reali para participar do diaD, dia de Drummond, por seu aniversário, resolvi me encorajar!!! eeeeeeeeee
Marido no dentista e eu na sala de espera escrevendo tudo isso pra postar em casa. Vocês podem acompanhar uma historinha da minha vida que tem o Drummond de personagem?? [Tá, se tiver preguiça, corre p/ poema, mas não vai saber o porquê da escolha]

Aos 8 anos de idade, formando a fila para o fim da aula da 2a série, vi uma folha amassada num dos buracos da parede de tijolinhos. Curiosa como toda criança, peguei, desamassei e li.
Era um trabalho de segundo grau, turno da manhã, sobre CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE. Não sabia quem era esse "Carlos Andrade", não entendi nada do trabalho, nunca vou saber quem foi a pessoa, descontente com a nota baixa, que enfiou a folha naquele tijolinho...
Só sei que aquela menininha que gostava de ler, mas não ganhava mais livros (depois da coleção da Disney) e não vivia na era da internet, apaixonou-se perdidamente por este poema:
Canção amiga

Eu preparo uma canção
em que minha mãe se reconheça,
todas as mães se reconheçam,
e que fale como dois olhos.

Caminho por uma rua
que passa em muitos países.
Se não me vêem, eu vejo
e saúdo velhos amigos.

Eu distribuo um segredo
como quem ama ou sorri.
No jeito mais natural
dois carinhos se procuram.

Minha vida, nossas vidas
formam um só diamante.
Aprendi novas palavras
e tornei outras mais belas.

Eu preparo uma canção
que faça acordar os homens
e adormecer as crianças.

Eu ficava agarrada com aquele papel, lendo e relendo, até que decorei. Guardava na minha grande pasta amarela onde ficavam os livros didáticos preferidos (os antigos) e toda hora falava: "vó, esse papel você não joga fora não tá?" (ela sempre jogava meus "papéis velhos" fora, foi assim que perdi os 3 primeiros poemas, sobre preconceito, feitos aos 9 anos; minha novela, escrita aos 10 e um poema aos 13- devia ter avisado mil vezes de novo, né, uma ou duas foi pouco).
Mas voltando ao Drummond, este poema me encantou por inteiro, mas eu me agarrei na parte "acordar os homens e adormecer as crianças". Sabem por quê? Era a época de uma guerra, antes da do Golfo (hoje eu sei que era um conflito por petróleo), e aquilo estava acabando comigo. Eu ficava triste, preocupada com aquele sofrimento. Olhava os adultos e não os via se importando. Como podia? Eu queria pensar só em coisa de criança, mas ficava incorfomada com a insensibilidade e despreocupação dos adultos. E de repente aquele "Carlos Andrade" parecia me entender!!!!
Assim surgiu esse amor que tenho por ele até hoje! Essa paixão imensa e inexplicável. Na verdade, também nasceu um grande sonho de um dia conhecê-lo e foi uma decepção saber que ele já era falecido... Mas imaginem vocês como fiquei tocada ontem quando o Fantástico anunciou o diaD: eles declamaram justo ESTE poema!!!
Eu não sei de métricas, não sou tão culta e inteligente como as pessoas pensam, mas quando vejo ou ouço um poema dele que me é inédito reconheço pela minha respiração que é o ritmo da poesia do Drummond!
Que bom que meu amado, querido e preferido poeta Carlos me fez blogar de novo!
Agradeço muito a todos os que fazem parte deste blog: seguindo, visitando, comentando, divulgando... Agradeço especialmente "azamiga" do Twitter, sobretudo à doce Josi e à poetisa Iara e também a Elaine Gaspareto que, sem saber, é uma imensa inspiração pra mim. Eu sumi do blog dela, mas... Rá! Eu leio tudo no meu mail! Ah! Não contavam com minha astúcia, né? rs





Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

Carlos Drummond de Andrade

Tempo

Quero parar,
Quero olhar...
Mas o tempo corre

Eu quero sentir,
Quero curtir...
Mas o tempo corre

Quero pensar,
Quero analisar ...
Mas o tempo corre

O tempo não espera por mim
Ele é frio, insensível
Não sabe do meu coração sufocado
pela correria,
pela loucura ,
pela ambição do dia-a-dia...

Ele não entende que eu preciso entender.
Ele não aceita
Que eu não consigo aceitar:
Esta frivolidade urbana,
Esse modo de viver sem ser visto,
Sem ver o outro,
Sem sentir, sem tocar...

O tempo corre...
Mas eu quero sentir cada emoção de uma vez
De que me importa se a vida tem premência?
Eu quero saber da minha urgência,
Tão insana de compreender o incompreensível.

Preciso parar, preciso olhar
Mas o tempo corre!
Eu corro junto,
mando meus olhos correrem ainda mais,
Mas o tempo me vence!

Ele é implacável, intransigente,
Não cansa,
Não tem remorso em atropelar
- a vida
- o amor
- a humanidade.

Eu luto,
A correr e parar, pensar e sentir,
Mas ele me dá uma rasteira.
Quero ser serena, mas ele não abranda.

O tempo é inexorável!
Austero e fugaz
Não ama,
Nada sabe de amor,
Não chora,
Não ri,
Não tem vida!
E por isso não sente!

Apenas passa, sem saber que me devasta...

Daniele Pivatelli - 07/02/03 18:50min 
Alterações em 07/05/11 e 10/09/11



Agora, às 18:20h, eu acabo de descobrir que cometi um erro (e naverdade, eu estava bem desconfiada): Eu republiquei o mesmo poema, ou seja, repeti o tópico!! A 1ª coisa q pensei foi: vou apagar o tópico e passar a foto do Ruivo e a citação lá p/ outro tópico. Aí saí apagando os links que havia enviado pelo face e fui apagar no Twitter também.
Mas sabem do que me dei conta? Bobagem! Poxa, A Aninha já comentou, O Leo curtiu o link, pessoas Retuitaram.... Acho que seria falta de respeito com todos simplesmente apagar o tópico... Deixa: fica aqui registrado meu erro e minha organização poética (alma de poeta é assim: vai da inspiração, do sentimento e nas das convenções, pois eu sempre soube que deveria ter tudo isso ordenado).
Vocês podem se perguntar como eu não lembrava, mas explico: é na minha cabeça eu faço acontecerem muitas e muitas coisas. São tantas coisas que ficam só na minha cabeça, que quando eu realmente posto, acho que tinha sido só nos meus planos... Tomara que quem não tenha curtido antes, o faça agora. Pronto! ;) O Blog é pra me fazer bem e não p/ me dar sensação de culpa, não é?


   Genteeeeeeeeeeeeeeee,

    Eu sumi, eu sei. Mas foi por uma ótima causa: uma viagem super "bafônica" que pretendo contar melhor depois.
  Mas a questão é: prometi para ontem o sorteio de 1 ano do blog e ele foi feito (e super tuitado)! Mas tinha de ir ao curso e quando voltei, apaguei! Não consegui vir postar... Desculpem, mas desde que voltei de viagem estou acordando e dormindo super cedo...

    Primeiro eu queria dizer que super-mega agradeço a todos os participantes. Muito obrigada aos que se inscreveram, divulgaram, torceram e me parabenizaram pelo aniversário do blog. Este cantinho é muito especial pra mim!! E um agradecimento especial ao Ateliê Dedéia pela super participação. 

    Bem, vamos ao que importa, uma imagem fala mais que mil palavras, então é melhor mostrar logo duas:




   Parabéns, Karla Viviane!!!! Obrigada pela participação! Entre em contato para concretizarmos a entrega do prêmio, está bem?

    Galerinha que lamentou o resultado: teremos outras oportunidades, aguardem!

       Ah! Curtam a aba "Etc.": ali eu coloco dicas de filmes (que já já serão atualizadas).

Beijinhos

   Dani

“Eu amava
Como amava um sonhador
Sem saber porquê
E amava ter no coração
A certeza ventilada de poesia
De que o dia, amanhece não...

Oswaldo Montenegro
Resplandeceu

O véu se rasgou e eu notei
A venda caiu e eu vi
A música parou, então pude ouvir a verdade.
O sol se escondeu, ou foi só vaidade?
O que era obscuro, ficou claro
O que era comum, ficou raro.

Quando a festa acabou, a veracidade emergiu
Quando tudo ficou silente, meu coração ouviu.
Aí eu pude perceber “o que antes não parecia”1
Ou simplesmente eu não queria discernir:
Que não me restava nada do que antes eu tinha,
Ou nunca tive, foi tudo aleivosia.

“Nada de novo debaixo do sol”,2 apenas
“Houve um intervalo na escuridão”:3
E entendi que eu
“Amava como amava o pescador
Que se encanta mais com a rede que com o mar”.4
Mas a rede furou, o peixe escapou!

E o mar...
Ah! O mar é tão imenso
Que me perdi na imensidão;
Mergulhei na solidão para buscar o entendimento:
Que ilusão nunca foi remédio,
Que farsa e fuga não solucionam tédio;
Que consolo não se confunde com prêmio de consolação;
E dó não é o mesmo que compaixão!

Que remorso não substitui zelo,
Que não é qualquer cuidado que equivale a desvelo.
Que amizade saudável exige reciprocidade
E estou de fato farta desta aparente iniquidade!
Mas eu estou feliz por me deparar com a minha verdade!*

Arquivo de 23/06/2011. Refere-se a 01º de maio e dias seguintes
*Acrescentado 31/07
1- Meu poema “Agora eu entendo”, de 1993
2- Palavras – Titãs
3- Somos quem podemos ser – Engenheiros do Havaí
4- Lua e Flor - Oswaldo Montenegro
5- Mesmo as boazinhas cansam - Hoje eu nem ligo, meu texto aqui no blog.

"A casa era assim ou quase 
A casa já não está mais lá 
Está dentro de mim 
Cantar me lembra o cheiro de jardim”
 Geraldo Azevedo
Genteeeeeeeee,

Hj dia do amigo eu tenho 2 motivos p/ estar feliz:
- Eu tenho amigos muito especiais e amados! eeeeeeeeeeeee
- Meu blog-bebê completa 1 aninho!!! eeeeeeeeeeeee

P/ comemorar eu pensei em mil coisas! Até mesmo numa festinha real, com bolo e tudo! Mas decidi assim 2 coisas: 1 poema sobre casa, em homenagem à casinha dos meus versos e um sorteio (Oba!! sorteio). O sorteio é temático se vcs repararem bem. É singelo, descomplicado e cheio de carinho!! Ah! Vejam tb a aba "soteio dia 20".  Vamos por partes?

Minha casa


Quero uma casa aberta,
Livre de barreiras,
De preconceitos,
De repressão.

Quero uma casa sem muros,
Com portas abertas para a liberdade,
E janelas por onde entre o Sol.

Com árvores, flores,
Festas e cores,
Pássaros e cantos de amor.

Quero uma casa que dê frutos,
Vegetais ou humanos,
onde a felicidade não tenha fim.

Não quero essa casa só pra mim;
Quero que todos vivam assim.
Quero derrubar cercas,
Quebrar tabus...
Não quero só uma casa:
Quero uma revolução no MUNDO!
  Daniele Pivatelli- 05/06/97 (aos 14 anos)

Bem, agora o que td mundo quer saber: o 1º sorteio!!!
É bem simples: 

1- Vá ao Ateliê Dedéia e escolha se prefere ganhar o Prêmio 1 ou o Prêmio 2 (peço que deixem o comentário lá, p/ ela saber);
2 - Se inscreva no formulário abaixo. Só isso!!


Essa festinha vai até o dia 31/08 (inscrições até 11:59 do dia 31!), blz?
Não precisa seguir o Versos etc. (pode colocar só seu nome no formulário), mas vou ficar MUITO FELIZ SE MEU BLOG GANHAR SEGUIDORES COMO PRESENTE DE ANIVERSÁRIO (e ontem ganhei 3: amei!!!)
Também não precisa seguir o Ateliê Dedéia. Mas a Déia vai ficar muito feliz se seu blog-bebê ganhar você de presente também! ;) Aliás, Déinha, MUITO OBRIGADA POR ESTA LINDA PARCERIA!


Será que com a temática do dia alguém adivinhou do que se trata?? rsrs


Dia desses eu estava passeando pelo Blog Iara poesias (se não conhece a Iara corre lá depois) e ao comentar seu belo poema, nasceu este peq texto abaixo. Demorei a conseguir voltar ao blog, mas aí esta:

Deve ter sido algo assim que Drummond sentiu quando disse:
 “Gastei uma hora pensando em um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro (...)
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira
.”
Poeta sente quando não quer sentir

Poeta é assim: tudo vira poesia,
Mesmo que não em rimas e versos de um poema.
E tem dia em que a gente deseja não sentir tanto,
não perceber tanto,
até não amar tanto...
Mas quanto mais se tenta esquecer ou não sentir,
Parece que mais se aguça a sensibilidade.

E tudo vira turbilhão!
E vem a necessidade de desabafo;
E aí o poema já não quer ser escrito!
E tudo se mistura!
E já não se sabe sobre o que escrever...
E tudo se articula,
Se aperta, inquieta, cresce...

Mas uma hora floresce,
Acalma, embeleza, alegra...
E depois se repete!!


10/06/2011

Queridos, perdoem pelo sumiço, mas estava na labuta doméstica agravada por um fato que rouba TODA a minha atenção e concentração: bebê-gato-Linus dodói (e ainda está, mas melhorando, graças a Deus e meu São Francisco)!

Em homenagaem aos meus leitores mais novos (em especial Amandinha e Robertinha) e ao dia do meio ambiente (05/06), resgatei este texto dos meus 13 aninhos. Desde os 9 a preocupação c/ a natureza me consumia de fazer chorar!

“Águas que movem moinhos
São as mesmas águas
Que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra
Pro fundo da terra...
Terra! Planeta Água”
Planeta Água, Guilherme Arantes

Quero

Quero uma natureza rica, viva e inteira.
Quero o ar mais puro do que tudo,
Quero olhar um lago e ver a água cristalina.
Quero ir à praia e ter uma areia limpa,
Velejar num oceano com a certeza
De que todos os peixes estão ali, a salvo.

Quero uma floresta com sua vegetação natural,
Com muitos pássaros e borboletas ao redor.
Quero poder ver, em abundância, todas as plantas que hoje são raras,
Toda a fauna do planeta, que hoje está incompleta:
Quero todos os animais em extinção de volta.

Quero um céu azul, sem nuvens cinzas.
Quero tomar banho de chuva sem medo que ela seja ácida.
Quero pegar sol sem medo de doenças,
Quero uma temperatura definida, sem alterações humanas,
Porque quero que a camada de ozônio seja como era antes.
Quero a paisagem natural,
Sem fábricas com fumaças negras.

Quero que os olhos e abertos,
Sem receios, sem proteções, sem perigos,
Porque quero um mundo limpo!

Quero abrir também minha alma, meu coração,
E confiar no próximo.
Quero que todos se amem, se ajudem, deem as mãos...
 Sem ganância, sem guerras...
Quero a PAZ!

13-06-96
Um mundo sem poluição, brigas e interferências humanas. Um planeta natural.

*Li algo que dizia: olhos, ouvidos, bocas abertos porque não havia perigo.

** Em 19/04/11, 1h, acrescentei: “sem proteções”, “!”, “deem as mãos” e mudei um “ver” por “ter”.
“Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
(...)
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?"**


Eu, Pessoa e as pessoas


E você disse ser o único a ter levado porrada...
E eu?!
Eu que tenho de ser rápida
e perfeita
Ser amiga e companheira

Tenho de rir,
mas sem exagero;
Não posso sofrer,
nem ter medo.

Tenho de ser boa,
Ainda que não
compreendam
minha bondade.

eu que levo a
alma dilacerada,
Que a cada dia
tenho rasgados
meus hábitos, minha vida...
Que sou roubada num pedaço
de mim mesma.*

Imagine se também
não sou fracassada!
Se reclamam de mim,
brigam comigo,
E me cobram além do que posso...

Não me conhecem,
Não compreendem meus sentimentos,
Ignoram minha sofreguidão.

Na verdade, amigo,
Só nós é que somos
gente nesse mundo.

       Daniele Pivatelli


05/10/00 - 18h
*Refere-se ao meu poema Morte Interna
** Poema em linha reta – Fernando Pessoa
Disponível em <http://www.releituras.com/fpessoa_linhareta.asp>, acesso em 27/05/11, 1h 32min

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