Oi gente!!!! Ai, eu sumi... Eu tive uma crise de desânimo com blogagem e passei por um terrível bloqueio, nem abrir meu blog ou os preferidos estava conseguindo. Difícil entender ou explicar, falo disso depois (ou não rs). O que importa é que recebi uma grande força de Amandinha, Carol Rivieri (do Bipolaridade Feminina), Josi Leite, Iara poesia... Aí, após ver um convite ontem da Fernanda Reali para participar do diaD, dia de Drummond, por seu aniversário, resolvi me encorajar!!! eeeeeeeeee
Marido no dentista e eu na sala de espera escrevendo tudo isso pra postar em casa. Vocês podem acompanhar uma historinha da minha vida que tem o Drummond de personagem?? [Tá, se tiver preguiça, corre p/ poema, mas não vai saber o porquê da escolha]

Aos 8 anos de idade, formando a fila para o fim da aula da 2a série, vi uma folha amassada num dos buracos da parede de tijolinhos. Curiosa como toda criança, peguei, desamassei e li.
Era um trabalho de segundo grau, turno da manhã, sobre CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE. Não sabia quem era esse "Carlos Andrade", não entendi nada do trabalho, nunca vou saber quem foi a pessoa, descontente com a nota baixa, que enfiou a folha naquele tijolinho...
Só sei que aquela menininha que gostava de ler, mas não ganhava mais livros (depois da coleção da Disney) e não vivia na era da internet, apaixonou-se perdidamente por este poema:
Canção amiga

Eu preparo uma canção
em que minha mãe se reconheça,
todas as mães se reconheçam,
e que fale como dois olhos.

Caminho por uma rua
que passa em muitos países.
Se não me vêem, eu vejo
e saúdo velhos amigos.

Eu distribuo um segredo
como quem ama ou sorri.
No jeito mais natural
dois carinhos se procuram.

Minha vida, nossas vidas
formam um só diamante.
Aprendi novas palavras
e tornei outras mais belas.

Eu preparo uma canção
que faça acordar os homens
e adormecer as crianças.

Eu ficava agarrada com aquele papel, lendo e relendo, até que decorei. Guardava na minha grande pasta amarela onde ficavam os livros didáticos preferidos (os antigos) e toda hora falava: "vó, esse papel você não joga fora não tá?" (ela sempre jogava meus "papéis velhos" fora, foi assim que perdi os 3 primeiros poemas, sobre preconceito, feitos aos 9 anos; minha novela, escrita aos 10 e um poema aos 13- devia ter avisado mil vezes de novo, né, uma ou duas foi pouco).
Mas voltando ao Drummond, este poema me encantou por inteiro, mas eu me agarrei na parte "acordar os homens e adormecer as crianças". Sabem por quê? Era a época de uma guerra, antes da do Golfo (hoje eu sei que era um conflito por petróleo), e aquilo estava acabando comigo. Eu ficava triste, preocupada com aquele sofrimento. Olhava os adultos e não os via se importando. Como podia? Eu queria pensar só em coisa de criança, mas ficava incorfomada com a insensibilidade e despreocupação dos adultos. E de repente aquele "Carlos Andrade" parecia me entender!!!!
Assim surgiu esse amor que tenho por ele até hoje! Essa paixão imensa e inexplicável. Na verdade, também nasceu um grande sonho de um dia conhecê-lo e foi uma decepção saber que ele já era falecido... Mas imaginem vocês como fiquei tocada ontem quando o Fantástico anunciou o diaD: eles declamaram justo ESTE poema!!!
Eu não sei de métricas, não sou tão culta e inteligente como as pessoas pensam, mas quando vejo ou ouço um poema dele que me é inédito reconheço pela minha respiração que é o ritmo da poesia do Drummond!
Que bom que meu amado, querido e preferido poeta Carlos me fez blogar de novo!
Agradeço muito a todos os que fazem parte deste blog: seguindo, visitando, comentando, divulgando... Agradeço especialmente "azamiga" do Twitter, sobretudo à doce Josi e à poetisa Iara e também a Elaine Gaspareto que, sem saber, é uma imensa inspiração pra mim. Eu sumi do blog dela, mas... Rá! Eu leio tudo no meu mail! Ah! Não contavam com minha astúcia, né? rs



Artigos Relacionados

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...