“Eu amava
Como amava um sonhador
Sem saber porquê
E amava ter no coração
A certeza ventilada de poesia
De que o dia, amanhece não...

Oswaldo Montenegro
Resplandeceu

O véu se rasgou e eu notei
A venda caiu e eu vi
A música parou, então pude ouvir a verdade.
O sol se escondeu, ou foi só vaidade?
O que era obscuro, ficou claro
O que era comum, ficou raro.

Quando a festa acabou, a veracidade emergiu
Quando tudo ficou silente, meu coração ouviu.
Aí eu pude perceber “o que antes não parecia”1
Ou simplesmente eu não queria discernir:
Que não me restava nada do que antes eu tinha,
Ou nunca tive, foi tudo aleivosia.

“Nada de novo debaixo do sol”,2 apenas
“Houve um intervalo na escuridão”:3
E entendi que eu
“Amava como amava o pescador
Que se encanta mais com a rede que com o mar”.4
Mas a rede furou, o peixe escapou!

E o mar...
Ah! O mar é tão imenso
Que me perdi na imensidão;
Mergulhei na solidão para buscar o entendimento:
Que ilusão nunca foi remédio,
Que farsa e fuga não solucionam tédio;
Que consolo não se confunde com prêmio de consolação;
E dó não é o mesmo que compaixão!

Que remorso não substitui zelo,
Que não é qualquer cuidado que equivale a desvelo.
Que amizade saudável exige reciprocidade
E estou de fato farta desta aparente iniquidade!
Mas eu estou feliz por me deparar com a minha verdade!*

Arquivo de 23/06/2011. Refere-se a 01º de maio e dias seguintes
*Acrescentado 31/07
1- Meu poema “Agora eu entendo”, de 1993
2- Palavras – Titãs
3- Somos quem podemos ser – Engenheiros do Havaí
4- Lua e Flor - Oswaldo Montenegro
5- Mesmo as boazinhas cansam - Hoje eu nem ligo, meu texto aqui no blog.

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